sábado, 13 de junho de 2009

Cia Dos a Deux

Artur Ribeiro e André Curti se conheceram em 1995, durante um festival em Paris. Em 1997 decidiram começar juntos uma pesquisa teatral e coreográfica, tendo como inspiração o texto Esperando Godot , de Samuel Beckett. Um ano mais tarde, nascia o primeiro trabalho em duo desta colaboração: Dos à Deux, apresentado no Sax, em Achères. A partir de então, eles afirmaram uma identidade artística designada como teatro gestual. Refletindo sobre a maneira como o gesto pode nutrir a teatralidade, os artistas passaram a gerar uma escritura ao mesmo tempo coreográfica e dramática.




Espetáculos



Dos a Deux


O primeiro espetáculo que deu nome a companhia.
Espetáculo de teatro gestual livremente inspirado em « Esperando Godot » de Beckett... Didi et Gogo, inspirar-se para reinventá-los...
Sem nenhuma palavra... ?
É povrável.
Ah! desculpe, PROVÁVEL. Dois homens... duas solidões perdidas na espera...
São dois seres infantis que se abrigam em peles adultas, se protegendo um ao outro, se protegendo um do outro, tentando se divertir para renunciar à realidade.
Eles usam chapéus moles demais para serem honestos. Os pés traçam viagens improvisadas como se fossem camundongos amedrontados. As silhuetas se desenham abrigadas sob um arco de solidão, e se desarticulam em torno de uma fatia de pão. Os olhos escapam do sono do justo. Os corpos os fazem, homem,
irmão, amigo, inimigo, mestre, escravo,... Eles se chocam, se irritam, se embaraçam,se portam, se suportam,... para dar a impressão a impressão de que o tempo passa...

Eles podem tentar de tudo, pegos na armadilha, estão condenados à ficar ali, portanto não há nada à fazer, além de esperar, neste espaço, “ Vasto demais para permitir buscar em vão, suficientemente restrito para
que toda fuga seja vã...”



Aux Pieds de la Lettre
Prêmio de melhor espetáculo nos festivais, KOSOVO in Fest, em Pristina e Mindelact , Cabo Verde


No começo, é como uma expedição em busca de sombras, sonhos, objetos e fragmentos de vida…
Como dizer? Como se conta o que não se exprime com palavras?
Eles são dois. Às margens do vazio, como corpos suspensos. Surgem em um
palco quase nu, com apenas uma mesa de formas burlescas e mágicas…
À margem do mundo exterior, o corpo de um serve à loucura do outro.
Um pé, três pés, cinco mãos, uma cabeça… uma maquinaria física interminável, os corpos se tornam escravos do imaginário.
Um, com seus delírios místicos, obstina-se em escrever uma carta que precisa enviar ao mundo; o outro, vítima de suas obsessões, luta contra a poeira imaginária que suja seus pés e acredita ser o responsável pelo nascer e o pôr-do-sol.
Pequenas loucuras solitárias, delírios, rituais de sobrevivência, manias e digressões ecoam através de uma gestualidade poética.
Oscilando entre tragédia e comédia, eles se amparam aos gestos do cotidiano, com uma musicalidade constantemente renovada e uma incessante invenção teatral.
Aux Pieds de la Lettre é uma criação gestual plena de emoções, que navega entre a ternura e risos inesperados.



Saudade em Terras d’água
Prêmio Adami do público – melhor espetáculo no festival off de Avignon 2005


Embarcar, desviar, provocar, Saudade em Terras d’água revoluciona nossas percepções e nos conduz ao exílio forçado de uma família. Artur Ribeiro e André Curti, conseguem nos transportar para um universo singular, feito de seres humanos e destinos cruzados. Desta vez, eles nos contam a história de uma mãe e seu filho, habitantes isolados no meio de um mar azul-infinito. As personagens vivem uma existência simples, quase arcaica. Um dia, a mãe, preocupada com a continuidade dessa vida, parte em busca de uma mulher para seu filho. A mulher vem de uma outra terra, distante. Os três aprendem a se conhecer e vão construindo seu espaço, apesar de conflitos e confrontos. Aos poucos, uma relação de afeto certamente nascerá entre eles. Nada devia perturbar este equilíbrio conquistado em tempos remotos. Só que, um dia - ou talvez progressivamente, eles já não se lembram mais -, a água que os cercava desaparece, seca. A água se transforma em terra.
Este caos rompe o ritmo original da vida e a família não tem mais como se alimentar. Devem partir, se exilar num outro lugar, onde possam encontrar a fonte da vida. A viagem os conduz para longe de casa, longe de tudo o que constituía o dia-a-dia. A viagem é longa, tem suas regras e armadilhas, e eles terão de enfrentar aquilo que nem podiam imaginar. Vão viver a espera, a esperança, mas também o desespero. Suas vidas, doravante, serão marcadas pela expectativa daquilo que lhes falta. E, quando menos esperam, serão invadidos pela saudade.

Visite o site: http://www.dosadeux.com/

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